Afinal, o desprezo é algo atrativo? Rejeitar, por alguns momentos, servirá para ferver a paixão interna daquele que deseja e clama pela conquista? Bom, a resposta pode ser um pouco difícil de sintetizar, pois as nuances são discrepantes. Isso porque, amar é se doar, deixar-se levar e abraçar os riscos mesmo que uma tempestade esteja à volta.
Quando se fala em desprezo, não se deve vir logo à mente o pensamento de magoar uma pessoa, tratá-la mal ou ainda rejeitá-la constantemente a ponto desta perder o interesse. Não! O desprezo é o jogo de seduções, flertes e paquera. É uma provocação sutil que alimentará a chama que começa a criar labaredas dentro do homem conquistador.
Se fosse para resumir, a resposta sem dúvidas seria um sonoro “Sim”. O homem gosta do desprezo, do jogo e das artimanhas em meio às chances de conquista. O coração pode estar aberto, mas ele não precisa saber, não é mesmo? A ideia é fazer com que o interesse aumente progressivamente, as chances apareçam e ele possa perceber que a mulher que tanto ele almeja vale muito a pena.
O desprezo, no sentido do amor, é uma parte do flerte. Uma combinação de jogos que divertem, atiçam e exploram a valorização do outro. Uma mulher que despreza não é uma mulher mal educada, mas segura daquilo que ela deseja: alguém que a queira de corpo e alma, procure-a e saiba valorizar as dificuldades durante a conquista.
Ser uma mulher que despreza é o mesmo que ser difícil?
Na teoria, sim. Na prática, o desprezo incorpora a abertura e o desafio. Dessa maneira, desprezar faz parte das singelas provocações, mas sem deixar que a evolução natural da relação vigore. É importante ressaltar que o flerte incorpora esses jogos, mas em excesso eles podem vir a ser um tiro pela culatra. Portanto, a dosagem é necessária.
Mas evidenciando o caso de relação entre a mulher difícil e a mulher que despreza, temos dois cenários bastante particulares:
- A situação em que há um interesse, mas nenhum contato fora feito;
- A situação em que há um interesse e o contato já fora feito.
Na primeira situação, o desprezo se torna mais focado nos contatos iniciais, a partir da troca de olhares e gestos corporais, principalmente. Por meio deles é que começará a troca de ações recíprocas brandas, onde um olhar que carregue grande interesse, esteja acompanhado de uma virada de rosto com sutil toque de desdenho, como se a mira do olhar não fosse para a pessoa que chamou a atenção.
Já o segundo contexto engloba o momento dos primeiros encontros. A faísca dos olhares trocados já foi notada. Chegou a hora de começar com o jogo do beijo a ser ganho. O beijo é primeiro passo para algo mais. Manter a pessoa ansiosa por este momento faz parte do flerte. Um beijo é o momento mais íntimo de uma relação, pois ele é a porta aberta para uma maior intimidade entre os pares.
É a partir deste desejo do aproximar de lábios que o jogo da sedução se apropriará. Uma virada de rosto ao se aproximar. Um esfregar da mão na outra. Um leve toque de pernas. Deixando a entender o que se deseja, mas desprezando, da mesma forma, aquilo que ele mais quer.
Tudo que vem fácil vai ao primeiro suspirar de brisa
É preciso entender que a facilidade é algo que não acostuma bem qualquer pessoa. Ter as coisas fáceis tira a adrenalina de qualquer ação. O amor nunca deixa de ser um pequeno jogo entre duas pessoas. A conquista necessita tempo. Nenhuma flor desabrocha sem semear e aguar. No amor é similar, sem que aja o primeiro contato, um pouco de jogos e uma pitada forte de flerte, ele jamais brotará.
O desprezo suave faz parte disso. O instinto natural de todo homem é a busca pelo desafio. É assim que ele valoriza aquilo que consegue. É dessa forma que ele agradece pelo que está ao seu lado. É como ele abraça o que levou um tempo precioso para ter e pensa em como cada segundo valeu a pena, já que a sensação só melhora ao saber que a pessoa abraçada merece o carinho de todo os dias… de toda a hora.
Texto escrito por Má Guimarães