Não deveria sentir saudades, mas sinto.

sau·da·de, do latim solitas, -atis,

1. Lembrança grata de pessoa ausente, de um momento passado, ou de alguma coisa de que alguém se vê privado.
2. Pesar, mágoa que essa privação causa.

Dentre todos os significados para saudade, esses dois acima destacados são os que eu gostaria de te enviar. Você sabe que eu sou a rainha das mensagens durante a madrugada. Sou eu a que mando mensagem bêbada dizendo as coisas mais aleatórias que você possa imaginar, a que manda mensagem na calada da noite com nostalgia que chega a doer, ou a que toma coragem para mandar alguma coisa que vi no Facebook logo de manhã e me pareceu a sua cara.

Sendo assim, eu leio e releio o significado dessa palavrinha tão singela e mentalizo uma vida. Uma vida com você e todos os nossos planos, nossos jantares, almoços de domingo, vídeos de pug, livros surpresas que apareciam na minha porta. Relembro o quanto você me fez feliz, o quanto tirou sorrisos de mim, a minha cara de boba quando me pediu em namoro e quando comprou nossa tão esperada aliança.

Dá para acreditar que tudo isso desmoronou? Dá para acreditar que todos aqueles sonhos que a gente tinha, acabaram? Que em meio a todos os nossos planos, eu te vi fazendo planos com outra pessoa? A vida não me pareceu justa desde então.

Saudade é tudo aquilo que fica, ali, naquele cantinho do coração martelando. São todos os momentos bons que de repente resolvem dar as caras em plena madrugada fria e nostálgica. É toda distração que tento ter para poder esquecer que você me faz uma tremenda falta. É tudo o que uso para preencher um vazio que na verdade eu gostaria que só você preenchesse.

São todas as outras bocas que andei beijando por aí atrás de beijos semelhantes aos seus e abraços tão reconfortantes e cheios de paz, esses mesmos abraços que me desarmavam toda vez que achava que iria começar uma guerra comigo mesma.

“A traição não é e não será perdoada” eu te disse. Mas e quando no seu coração você sente que tudo isso já passou? Foi resolvido? Me falem, por favor, o que devo fazer? Te vejo conversando com outras meninas e só penso: “Espero que você não erre com elas como errou comigo” e eu espero mesmo! Porque quero te ver feliz, mas no fundo, lá naquele cantinho que ainda martela, eu só gostaria que não houvesse outras. Que nunca tivesse tido outras.

A gente se dava tão bem, não se dava? E agora temos que fingir que somos bons amigos. Ótimos amigos e até damos conselhos amorosos um para o outro. Eu não sei o quanto isso é difícil para você, mas para mim a cada dia está mais difícil. Eu só queria que tudo fosse diferente.

Também gostaria de não sentir tanto a sua falta e de não clamar por você no silencio da noite todos os dias. Adoraria que eu não precisasse fingir que não te quero mais. Mas a vida não é assim, ela é mais complicada que isso.

Sinto sua falta nos churrascos de família que você interpretava tão bem o papel de namorado perfeito, sinto falta também de dormir de conchinha, de viajar com você, de tirar fotos, daquele sentimento de amor gratuito que você me transmitia. Eu era feliz, sim.

Eu só não sei o quanto você era feliz. Ao que demonstrou: bem pouco.

A cada dia que passa eu torço para que você esteja bem. Para que fiquemos bem. Guardo nossas lembranças com muito carinho, bem como todas nossas fotos com uma pasta intitulada no meu computador como “Relicário imenso desse amor”. Ela não poderia ter nome melhor. Era a gente, era a gente feliz. Era a gente dormindo. Era a gente comendo e sonhando.

Somos nós num passado que eu gostaria que fosse futuro. Somos nós eternizados por duas lentes que jamais nos deixarão esquecer do que fomos: a da câmera e a dos olhos. Essa lente, por sinal, é a responsável pelo meu sorriso quando me lembro do seu. Hoje a nostalgia bateu a minha porta junto com o frio e com a saudade.

♦ Categoria: Comportamento