Forçar um amor é pior do que forçar um término
O fim de um relacionamento pode ser um momento terrível. O choro, a saudade e as lembranças se potencializam. O desespero acaba morando ao lado e a tristeza se é, muito provavelmente, uma certeza após a consumação do fim. Contudo, é preciso entender e repetir um mantra: forçar um amor é pior do que forçar um término.
O amor não se finge. Ele se sente. É uma sensação única que sustenta a intimidade. Fingir sentir amor para seguir uma relação é enganar a si mesmo da esperança de voltar a sentir algo que já não faz mais parte do âmago. É o momento de jogar a bola pra frente e esperar um próximo chute. Pois este momento não irá se repetir.
Forçar amor não funciona. Forçar um término é mais condizente. Apesar de parecer um pouco duro, o sentido engloba os rumos que muitos relacionamentos tomam. Não foi uma ação que magoou e feriu, não foi uma omissão que definiu e sequer tenha sido a mentira que permitiu. Mas sim o amor que partiu. Tão somente ele.
Num rápido desaparecimento ele foi diminuindo até que se tornou apenas um pó de lembranças de outrora.
Qual o momento em que se deve desistir do relacionamento?
Desistir pode não ser a melhor palavra, mas sim entender. A vida é compreendida de momentos. Um amontoado de ações que apresentam um efeito dominó. Não adianta de nada fingir um amor com alguém que, por meio das pequenas coisas, acabou esfacelando o coração. Pode não ter sido uma grande ação. Mas talvez as mudanças, os detalhes mínimos e as pequenas consequências que tenham levado até esta grande causa.
O fato de entender que o momento já não é mais o ideal para seguir juntos, parte do princípio do enriquecimento íntimo. Entender que a vida compreende momentos diferentes para duas pessoas distintas. Terminar, em muitos dos casos, pode ser mais fácil do que aguardar que o amor brote novamente. Mesmo que se semeie novamente, regue como antes e o sol incida sobre, os parasitas que afetaram anteriormente seguirão danificando o futuro por meio do passado.
O dom de amar quem não te ama
São as pequenas ações que ditam o amor. São nos mínimos detalhes de uma conjuntura de ações gigantescas que a percepção do amor se sobressai. Quando estes micro detalhes desaparecem e as ações mínimas somem, é quando, na realidade, o coração parou de bater da mesma forma de quando tudo começou.
O dom de amar quem não te ama. Talvez, em algum momento da vida, você vivenciou isso. Amar alguém que não correspondesse ao amor. Mas o que acaba acontecendo é o deixar de lado, e este amor que começou sendo recíproco, passou sendo de uma pessoa só e findou num relacionamento onde o amor não existia mais.
A solução: fingir um amor e aguardar pelo relacionamento ou estabelecer um fim em que ambos percebam seus erros e tomem novos caminhos? Sempre lembrando que forçar um amor é pior que forçar um término. A mágoa acabou crescendo. Afinal, quando um relacionamento permanece tanto tempo num marasmo de rotina sem emoção qualquer, onde apenas uma das partes verdadeiramente sente faíscas, o amor dá lugar a outros sentimentos.
Por que antes de eles se alastrarem não colocar um ponto final? Tudo mais fácil, mais simples e rápido. A superação se torna uma sina e ambos poderão seguir seus caminhos próprios. Sem mágoas, sem rusgas, mas com aquele pingo de restante de tinta nanquim na caneta que marca a pele. Eu preciso e vou esquecer. Não como necessidade, mas como um compromisso.
E eu vou te esquecer
Não sentir-se amada pelo parceiro talvez seja a maior das tristezas. A reciprocidade é o que alimenta o crescimento de um amor. É por meio dela que um amor começa, sustenta-se e torna-se duradouro. Ao fim da reciprocidade, o que apenas cresce é a tristeza de saber que o dom de amar quem não te ama afeta a autoestima e a busca por algo mais.
Por isso é preciso esquecer. Deixar no passado o que pertence ao passado. Ao caminharmos jamais olhamos para trás. Nosso rumo é sempre a frente. Não vire para trás, pois o que já esta às suas costas, não merece um entortar de pescoço apenas para relembrar do que não vale a pena voltar à mente.
Texto escrito por Má Guimarães