Muitas mulheres se auto-julgam por seus desejos, principalmente achando-se erradas por desejar ficar com quem quiser. Rebaixadas por um tabu que permeia a sociedade, muitas vezes – na maioria delas – as mulheres acabam tendo seus desejos reprimidos por uma sociedade que insiste que ela deve ter ações que agradem aos outros, esquecendo-se que o indivíduo próprio é quem decide aquilo que deseja.
“É errado ela ficar com um rapaz assim!”, “Ela não se valoriza!”, “Ela não vê que deveria se dar ao respeito?!”
Com certeza grande parte de nossas leitoras já ouviram frases como estas ou que se aproximassem desta sentença. A sociedade julga a mulher como uma entidade purificada que deve seguir normas para manter tal comportamento até que esta mesma sociedade decida com quem ela deve ficar, casar e procriar. Tão somente isso. Um mundo de imposição. Uma vida sem liberdade. Onde ficam as escolhas?
Parece estarmos falando do Século XIX, mas o ano é 2018, e ainda enxergam-se atrocidades, olhares tortos e muito julgamento para uma mulher que decide ficar com alguém fora do padrão ou simplesmente curtir a vida à sua maneira. A maneira que ela julgou a correta. Uma decisão que apenas ela, enquanto ser humano, deve tomar. A autonomia é o nosso direito dentro da liberdade. Portanto, você pode ficar com quem quiser. Ai de diga o contrário!
Não ligue para os outros
É complexo não ligar para os outros quando centenas de olhares miram a sua face, carregados de um julgamento frio e calculista, não é mesmo? O maior problema de grande parte das pessoas é o fato de estas terem de apontar o dedo para colocar defeitos que acreditam existir em si mesmos. Ou seja, alguém só falará que você está errado agindo de uma maneira x, porque o verdadeiro desejo interno dela era agir desta maneira x.
Somos movidas pelo desejo. Seja ele qual for: o de consumo, sexual, fraternal ou qualquer que seja. A verdade é que as pessoas invejam aquilo que não conquistam; aquilo que sua personalidade reprime por um grande medo de serem julgadas da mesma forma que julgam. Portanto, é importante mentalizar que ignorar os julgamentos é o início de um caminho trilhado rumo às vontades que tanto se deseja. Você pode e deve ficar com quem quiser, e não é outra pessoa que negará isso a você.
As mulheres têm as mesmas vontades que homens
Parece curioso para muitas lerem isso. Mas sim, as mulheres possuem os mesmos desejos que homens. Apesar de não parecer sonoro, ouvir de uma mulher que ela sente desejos é o sinônimo de liberdade. Isso porque muitas, ao reprimirem isso, afirmando que não o sentem e repetindo que “os homens são diferentes”, acabam por impedir que esse desejo tão natural do ser humano seja alimentado.
Muitas acabam acreditando nisso que os desejos somem. O psicológico afeta em demasia, e quando há pessoas ao redor “auxiliando” nesta repressão de sentimentos, tudo piora. Um dos fortes papéis das mulheres dentro de uma sociedade é estarem unidas. Tudo em prol de uma libertação dentro de uma jaula própria a qual foram aprisionadas por correntes presas a ideias conservadoras e nada condizentes com a realidade.
Indicar e orientar uma amiga é um dever. Ela pode ficar com quem ela quiser. Ela pode ter os desejos que quiser. Ela pode tomar as decisões que considerar as corretas. A dona de suas ações é ela mesma. Ela não só pode, mas ela deve fazer isso, por ela mesma.
Você pode ficar com quem quiser, basta, simplesmente, querer
E tão somente querer, há de ser isso e nada mais. Preocupar-se com que os outros pensam de suas ações acaba atrasando algo que poderia prosperar naquele determinado período de tempo. O universo prende-se a uma cronologia. Acontecimentos têm momentos para acontecer. A perda de um momento pode ser num piscar de olhos. Tudo acaba sumindo e a recuperação se torna árdua.
Se num piscar de olhos tudo muda, imagine após dias de reflexão e julgamentos pensando no que outros acham o correto? Nisso, a Terra terá girado. Momentos serão perdidos. Uma vida desperdiçada. Tudo porque uma sociedade julga, molda e exige um comportamento específico para as mulheres. Quer saber de uma coisa? Você não é obrigada!
Texto escrito por Má Guimarães
